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quarta-feira, 16 de junho de 2010

2º dia: Mi Buenos Aires querido!

Acordei às 4 e 25 da manhã com meu relógio de pulso tocando o alarme, já que esqueci de desligá-lo. Putz! Dormi de novo e, lá pelas 6 e meia, já estava definitivamente acordado. Era domingo, dia da Feira de Antiguidades de San Telmo, paraiso dos turistas... Descemos, tomamos nosso "desayuno" e saimos com o objetivo de passar a manhã perambulando por lá. Resolvemos que antes íamos conhecer o "Parque das Mujeres Argentinas", uma imensa área verde reserva biológica que está do outro lado do Puerto Madero, indo em direção ao Rio de La Plata. Atravessamos as dársena utilizando a "Puente de las Mujeres", uma verdadeira obra de arte da arquitetura porteña. Entre Puerto Madero e o Parque foi criado um bairro novo, cheio de grandes e elegantes empreendimentos imobiliários, sendo tanto moradias como escritórios e hotéis. Alguns bons restaurantes também já se instalaram nesta área, extremamente valorizada. Saimos do hotel, descemos a Avenida Paraguay e em meia hora alcançamos o calçadão que limita o Parque. Ainda era cedo e o movimento pequeno mas, pelo que pudemos depreender e pela quantidade de kioscos (umas barraquinhas que vendem choripan - parecido com nosso "pão com linguiça" além de outras preparações gastronômicas tradicionais, bem como cerveja e refrigerantes (gaseosas, em linguagem local) que existem por ali, a área deve "bombar" com gente aproveitando uma ensolarada manhã dominical para curtir um pouco da natureza. A temperatura estava baixa, em torno dos 12 graus, mas não desconfortável, desde que agasalhados. Dali seguimos caminhando até o bairro San Telmo, onde, tanto na Praça Dorrego como nas ruas adjacentes, estavam montadas as barraquinhas que vendem milhares de peças antigas, desde relógios, talheres e miniaturas de soldados de chumbo até panelas e móveis, além de artesanatos e bugingangas "made in China" também.... Chegando na "muvuca" que era a Feira fomos direto a um café antigo, inclusive a mobília, as louças e talheres e os garçons, em frente ao qual acontecem apresentações de tango que tanto enchem de orgulho do habitantes locais. Tomamos água e espressos e voltamos para a praça, onde encontramos dois casais de amigos que estavam por lá. Aliás, o que tinha de brasileiro em Buenos Aires não estava escrito. Escutamos a língua portuguesa sendo falada muitas e muitas vezes. O câmbio favorável e o feriadão literalmente empurraram nossos compatriotas rumo ao sul, mais específicamente para a capital argentina! Depois de rodar por todas as barraquinhas e comprar uma plaquinha de ágata onde está escrito "Pipiroom" e uma dúzia de lápis de cera fabricados com galhos de árvore, seguimos em frente. Neste trajeto encontramos com mais um casal de colegas brasileiros acompanhados da filha pequena (haja Brasil!). Paramos no Mercado de San Telmo, onde também podem ser encontrados muitos artigos do artesanato argentino, frutas e legumes, pães diversos, carnes e embutidos e, para não fugir à regra, brinquedos e gadgets produzidos na China e arredores. Fizemos mais um pit stop, desta vez num bar dentro do mercado, onde Mary saboreou um "submarino", que é uma xícara de leite quente com uma barra de chocolate dentro. Eu degustei uma dose do conhaque Reserva Don Juan , que ajudou a aquecer e restituir o ânimo depois de tanto que já havíamos andado. Recuperadas as energias, já eram quase 4 da tarde e lembramos que não havíamos comido nada depois do café da manhã. resolvemos ir a uma pizzaria e empanaderia recomendada por um colega e chamada El Cuartito, que fica situada na Calle Talcahuano 937, a segunda rua paralela à 9 de Julho em direção ao interior de Bs As. Conforme as informações recebidas, lá se prepara uma das melhores empanadas de todo o país, além das pizzas que são a "prata da casa". Enquanto caminhamos para achar um táxi, na Calle La Defensa estavam filmando um comercial de uma operadora de telefonia celular. Uma verdadeira multidão, a parafernália toda de equipamentos de iluminação, imagens e som, tomaram a rua. Pegamos um táxi perto da Plaza de Mayo e, 10 minutos depois chegamos à pizzaria (a corrida: 12 pesos!). Estava lotada e observamos muitas famílias, casais e pessoas de mais idade comendo pizzas e conversando muito e alto, como de praxe. Pedimos duas empanadas para cada um de nós, sendo uma de carne e uma de jamón e queso, quentinhas e crocantes, acompanhadas de uma cerveja Quilmes Bock, servida na temperatura correta. Era tudo que queríamos naquele momento! A conta? AR$26 + a "propina" (acho o preço da cerveja na Argentina muito alto. Esta que bebemos custou 20 pesos, ou seja, 10 reais! É muito!) Dali voltamos a pé para o hotel, umas dez quadras de caminhada a mais. Mary foi dormir um pouco e eu aproveitei para ir à sauna, disponível para todos os hóspedes. Ela fica no último pavimento do prédio e estava desligada. Telefonei para a recepção e perguntei se poderia usar. Si, claro! respondeu Fernando, o recepcionista: em media hora estará caliente! Meia hora depois voltei lá em cima e a dita cuja continuava fria. Liguei de novo para a recepção e reclamei que ainda estava fria, desligada! E o Fernado me questionou: o Sr. não a ligou? Quer dizer, eu é que tinha que ligá-la! Então liguei-a na temperatura máxima, voltei para o quarto e aguardei mais meia hora. Subi de novo e ela estava começando a esquentar. Fiquei lá dentro mais uma meia hora e desisti: a temperatura tinha subido mas não o suficiente para uma sauna! Fiquei decepcionado... Lá pelas 7 da noite saímos para jantar. Fomos a uma casa de carnes, a Buenos Aires Grill, na Av. Santa Fé. Bom serviço, preços razoáveis, mas nada de especial, principalmente tratando-se da terra da parrilla. De entrada pedimos mozzarella à milanesa, depois bife de chorizo com ensalada verde, um para nós dois. A metade, que está aqui na foto, eu pedi e veio "jugosa", quer dizer, "sangrando", mal passada. A outra metade Mary pediu ao ponto mas teve que voltar para a grelha já que ficou meio crua para o gosto dela. Na segunda tentativa eles acertaram. Tomamos um Malbec Don Felipe, água, espressos e eu, para arrematar, um conhaque Reserva Don Juan. A conta: AR$195 + 10% de gorjeta. Depois desta lauta refeição, só nos restava voltar para o hotel e cair na cama. Então foi o que fizemos. Caminhamos até ele, não sem antes passar pela frente do Teatro Colón, que acabou de ser todo reformado mas que, naquela noite, estava fechado. Ficou a visita ao teatro para uma próxima...
Dica gastronômica: El Cuartito, Av. Talcahuano 937, Centro (pizzas e empanadas)