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segunda-feira, 14 de junho de 2010

1º dia: Vitória x Rio x Buenos Aires

Dormi mal prá caramba, pois fiquei "ligado" para ter certeza que os despertadores iriam funcionar direito, já que tínhamos de estar no aeroporto às 5 e meia da manhã: nosso vôo, da GOL, decolou às 6 e meia! Enfim, para viajar, vale qualquer sacrifício... Às 4:25 meu relógio de pulso tocou o alarme, às 4:26 foi a vez do celular e, às 4:27, o rádio-relógio ligou numa estação de rádio! Tudo funcionou perfeitamente! Que maravilha! Então, de pé, despertei Mary, minha esposa, e fui às tarefas: preparar o café da manhã, tomar banho, fazer a barba, me vestir, etc... E exatamente às 5:30 chegamos ao aeroporto de Vitória, felizes e dispostos, para mais esta experiência espetacular que é VIAJAR! Nossa filha nos levou lá e ficou aguardando, conosco, até a hora de embarcarmos. Antes, comprei um jornal local. Já a bordo atualizei-me com as notícias e, durante o vôo, degustamos (?) dois biscoitos recheados (!) e um copo de suco (!!), oferecidos pela companhia aérea... Chegamos no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, apanhamos nossas malas na esteira e Mary foi procurar um ônibus da GOL, que pelo que consta do site dela, está à disposição para transladar seus passageiros para o aeroporto Antônio Carlos Jobim, o famoso "Galeão", onde pegamos o vôo das Aerolíneas Argentinas direto para Buenos Aires. Acontece que este ônibus NÃO EXISTE! Pegamos, então, um ônibus da VIAÇÃO REAL, executivo, com ar condicionado, que faz exclusivamente este trajeto, pagamos R$5,00 cada um e, como era sábado e o trânsito no centro do Rio estava ótimo, em menos de vinte minutos chegamos ao aeroporto. Fizemos o check-in no balcão das Aerolíneas e fomos tomar nosso café da manhã: um capuccino e um pão de batata com queijo para Mary e um espresso duplo e um folhado de presunto e queijo para mim (R$25!). Fomos para a sala de embarque (tive que tirar até o cinto no raio-X, já que a fivela fez o alarme disparar...) e, pontualmente às 13:05, decolamos. Neste vôo estava um grupo carioca com uns 30 adolescentes, meninas e meninos, de um colégio internacional do Rio, indo para Mendoza, na Argentina. O coordenador da turma nos pareceu que "carrega a bandeja", se é que entendem o que eu quero dizer... A galera até que se comportou muito tem, tenho que mencionar. O "rango" a bordo foi um sanduíche de queijo e presunto e uma tortinha de chocolate com banana ("quebrou o galho"...). Eu bebi uma saborosa cerveja argentina Isenbeck e Mary optou pelo vinho branco. Às 16:05, hora local (que é igual a nossa aqui!), aterrissamos no Aeroparque Jorge Newbery, que é o aeroporto que existe quase no centro de Buenos Aires. Antigamente só era utilizado para vôos regionais mas, a partir de abril deste ano, as Aerolíneas só utilizam êle. O de Ezeiza, que fica a 40 km do centro, é usado pelas outras empresas aéreas internacionais. Usar o Aeroparque tem vantagens e desvantagens, como tudo na vida: uma grande vantagem é que está pertinho do centro, então o custo dos translados e táxis é bem menor, assim como o tempo para o deslocamento. Desvantagem: o free shop de Ezeiza é muito maior e mais sortido... O transfer estava nos aguardando, chovia e a temperatura era de uns 16 graus. Fomos para o hotel Reconquista Plaza, na rua de mesmo nome. Fica pertinho da Calle Florida e do shopping Galerias Pacífico, um dos melhores, mais caros e mais movimentados de Bs As. Nosso quarto é bem silencioso, amplo e confortável, dispondo de duas camas "queensize", e o banheiro é pequeno mas dá para o gasto: chuveiro dentro da banheira, pia e vaso sanitário (tem que sentar meio de ladinho...). Descemos para trocar dinheiro (o câmbio estava R$1=Pêso Argentino$1,72, numa casa de câmbio nas Galerias Pacífico), comprar água mineral e telefonamos para nossa filha, de um locutório, que são pequenas lojas (kioscos) onde se vende biscoitos, chocolate, refrigerantes, etc. e neles existem telefones públicos por um preço MUITO menor do que se paga nos hotéis (existem milhares de kioscos em toda a Argentina) . Voltamos ao hotel e já havia uma mensagem da Cecília, a pessoa local responsável por nossa estada na cidade. Telefonamos para ela, que nos deu as boas vindas e, como já era a quarta vez que íamos a Buenos Aires, não havia muito a explicar-nos. Ela colocou-se à disposição para qualquer coisa que precisássemos e pedi-lhe uma indicação de onde ela comia uma deliciosa "milanesa". Nos disse que era na sua própria casa, mas não nos convidou e citou o restaurante "El Establo", que fica perto do hotel, na Calle Paraguay esquina com San Martin, onde jantamos. É um restaurante simples e tradiconal, bem "porteño", quer dizer, com poucos turistas. Fomos muito bem atendidos e, para começar, vieram uns pãesinhos, manteiga e uns "grissinis", biscoitinhos compridos muito crocantes. Pedimos uma "Milanesa de lomo à Napolitana", um fino, macio e gigante bife do nosso corte bovino "patinho" empanados e fritos (um para nós dois...), acompanhado por batatas à espanhola (rodelas cortadas não muito finas e, também, fritas). Bebemos um Malbec Roble Postales del Fin del Mundo sensacional e, para encerrar, licor de limão (Limoncello) que, segundo o garçon que nos atendia, era fabricado na casa, com uma receita familiar que já atravessa gerações e que, inclusive, pode ser comprada ali em garrafas de 1 litro, seguido de café espresso. A conta: AR$124 + AR$15 de "propina", que é como se diz gorjeta em castelhano. Voltamos caminhando ao hotel, tomamos um bom banho e dormimos.
Dica gastronômica: El Establo, Av. Paraguay 489, Centro (cozinha tradicional porteña, carnes)

Os planos





A idéia de conhecer a Patagônia Argentina, a Terra do Fogo, é antiga. Dois anos depois que me formei em engenharia, em 1974, eu e um colega, também engenheiro, lemos uma reportagem sobre dois amigos que tinham ido de moto até lá. Então resolvemos que também iríamos, que seria uma aventura espetacular e coisa e tal! Mas não tínhamos moto! Nem por isso: eu vendi meu carro e comprei uma e ele comprou outra, duas Honda CB500 Four seminovas, fabricadas em 1974, suprasumo, na época. E, em janeiro de 1977, juntou-se a nós mais um colega com sua Honda CB360 e lá fomos os três... Conseguimos chegar atá a fronteira do Brasil com a Argentina mas, em função do regime militar que estava vigorando lá, não conseguimos permissão para entrar naquele país. E não esmorecemos: em 1978 tentamos, de novo e, na ocasião, conseguimos entrar na Argentina, porém alteramos nossos planos e fomos parar em Bariloche, de onde seguimos para as Cordilheiras dos Andes, cruzamos a fronteira para o Chile, subimos até Santiago e, de lá, atravessamos mais uma vez a Cordilheira e voltamos para casa. As duas viagens foram inesquecíveis: na segunda percorremos 15.000 km mas ainda eu não havia alcançado meu intento, ou seja, conhecer a Patagônia! E neste ano, quer dizer, trinta e dois anos depois daquelas aventuras, eu e minha esposa aproveitamos o feriado de Corpus Christi, que caiu numa quinta-feira e emendamos a semana toda viajando. Compramos, na agência de viagens Skyline Turismo, em Vitória, ES, um pacote incluindo as passagens aéreas, as diárias nos hotéis, os translados em Buenos Aires e Ushuaia e o seguro-viagem, que é imprescindível, a nosso ver. Partimos de Vitória para o Rio de Janeiro, no dia 29/5, sábado, e dali para Buenos Aires. Ficamos lá até a terça-feira seguinte, de onde decolamos para Ushuaia. Retornamos a Buenos Aires na sexta-feira, 3/6 e, no sábado pela manhã voamos de volta ao Brasil, aterrissando no Rio onde, mais no final da tarde, embarcamos com destino a Vitória, de volta para casa.